Ordo Fratrum Minorum Capuccinorum PT

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updated 11:01 AM UTC, Apr 15, 2024

Doar e crer era o programa da sua vida

Na cidade de Fabriano- Itália, no dia 9 de outubro de 2022, por mandato do Papa Francisco, a irmã Maria Costanza Panas, clarissa capuchinha, foi solenemente proclamada beata.

A celebração aconteceu na belíssima catedral da Diocese de Fabriano-Matelica, com uma grande participação de fiéis, com a presença massiva de irmãs Clarissas Capuchinhas, frades, sacerdotes e representantes das Instituições civis e religiosas. A missa foi presidida pelo Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, o cardeal Marcello Semeraro.

Em sua homilia, o cardeal, ao falar da vida de Madre Panas destacou: “no contexto espiritual da misericórdia de Deus e da humana, grata, alegre e imediata resposta a Ele, consideramos agora a vida terrena da beata Maria Costanza Panas, a sua resposta à vocação contemplativa e sua espiritualidade. Ela deixou-nos muitos escritos espirituais, embora principalmente destinados às suas co-irmãs do Mosteiro, onde foi abadessa praticamente até o fim da sua vida (...) Podemos dizer que o programa de vida da nossa Beata está contido no epitáfio escrito no seu túmulo: “Doou-se a Deus, e através Dele, a todos, crendo sempre no seu amor”. A fé de madre Maria Costanza Panas foi, como consta no processo de beatificação, uma “fé viva que a impulsionava a doar-se com todo o seu coração a Deus... Doar-se e crer era o programa da sua vida” (Positio- Summarium: test. 8, p. 53)”

Como relíquia foi apresentada a pena com a qual ela escreveu inúmeros pequenos tratados e cartas destinadas às noviças, às irmãs ou aos seus filhos espirituais, muitos dos quais eram sacerdotes. Na juventude fez o original “voto da pena”, com o qual se comprometia a não escrever, por toda a sua vida, se não fosse para Jesus e de Jesus; não utilizava a pena se não fosse para este fim. Os seus abundantes escritos (cartas, meditações, tratados de vida espiritual, comentários aos Salmos e ao Evangelho) revelam uma densidade espiritual e mística, cultivada com empenho através da leitura e do estudo, e colocada a disposição para ajudar e estimular o caminho de fé dos seus conterrâneos, coisa muita rara para as irmãs contemplativas da primeira metade do século XX. Havia a capacidade de escutar de modo profundo todas as pessoas que acorriam a ela, e não poupava seu tempo em dedicar-se aos colóquios espirituais no parlatório do monastério. O seu apostolado espiritual foi impressionantemente fecundo através dos escritos e da escuta. No final da sua vida, a Beata ofereceu os seus sofrimentos pelos frutos do Concílio Vaticano II, que neste ano se celebra os 60 anos da sua abertura.

A providência Divina quis que esta celebração festiva acontecesse justamente no primeiro aniversário da beatificação de Madre Maria Lourenço Longo. As irmãs Capuchinhas de Santa Clara são abençoadas e impulsionadas através destes dois exemplos luminosos que encorajam a viver e atualizar o carisma, ao mesmo tempo que convidam a todos a ter a ousadia de “doar-se e crer”.

Última modificação em Terça, 25 Outubro 2022 07:37