Trânsito de São Francisco
- Publicado em Altre notizie
No dia 3 de outubro, na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, como todos os anos, se celebraram as vésperas solenes em memória do Trânsito do nosso Pai São Francisco. Não obstante o dia chuvoso, milhares de pessoas se reuniram em torno da Porciúncula, a capela onde nasceu a Fraternidade franciscana e onde o “Pobrezinho de Assis” exalou o seu último suspiro.
Participaram da celebração diversas autoridades, tanto religiosas quanto civis: os Bispos provenientes das várias regiões italianas (sobretudo da Sicília), os Ministros gerais da Primeira Ordem, entre os quais fr. Roberto Genuin, representantes das Instituições civis de Assis e da Região da Sicília, os religiosos e as religiosas da família franciscana e mais de cinquenta mil fiéis. Este ano corresponde à Região de Sicília homenagear o Patrono da Itália “oferecendo o óleo” que manterá acesa por todo o ano a lâmpada que arde diante da Tumba de São Francisco.
A celebração das Vésperas foi presidida por dom Conrado Lorefice, Arcebispo Metropolitano de Palermo e vice-presidente da Conferência Episcopal Siciliana. A celebração foi marcada por uma atmosfera de vibrante e profunda espiritualidade, recordando os últimos momentos de São Francisco no dia 3 de outubro de 1226. Durante a celebração se cantaram solemente os salmos e, em um clima de recolhimento, se leu o capítulo XIV da Legenda Maior de São Boaventura, que narra os acontecimentos mais importantes da noite do Trânsito, e exorta recordando que já haviam passado dois anos da impressão dos Estigmas (FF 1239), dos quais estamos celebrando neste ano o VIII Centenário.
Dom Lorefice, na sua homilia, recordou o duplo despojamento de São Francisco: o primeiro diante do Bispo de Assis, que o faz consciente de ser criatura e filho do Pai que está nos céus; e o segundo pouco antes da sua morte, signo total da entrega do seu corpo a Deus e aos irmãos, para ser restituído à terra e entrar no abraço paterno do Criador. O arcebispo, por fim, concluiu as suas palavras quase sintetizando o carisma franciscano e a nossa missão no mundo: “A memória do trânsito de Francisco desperta-nos para o nosso ser criaturas mortais, filhos e irmãos/irmãs: criaturas, não Criador; mortais, não eternos; filhos amados, não escravos; irmãos/irmãs, não inimigos lançados no mundo em um campo de batalha. Irmãos e irmãs do único Pai que afirma a Terra como uma fraterna ‘Casa comum’ perfumada de amor e de paz, como um ‘jardim fecundo’ tendo no centro o bosque sempre verde da Vida”.
A celebração se concluiu em um clima de alegria e partilha fraterna que prosseguiu com uma Vigília dos jovens da Região da Sicília. A irmã chuva, como definia Francisco, acompanhou a celebração desde o entardecer até a vigília noturna.